segunda-feira, 15 de novembro de 2021
Hoje nos cinemas: Marighella de Wagner Moura
Sobre o filme: Marighella de Wagner Moura.
> Na postagem sobre a exibição do filme Marighella na Ocupação Carolina Maria de Jesus do MTST, acabei nem falando do filme em si... Marighella, vivido pelo cantor e ator Seu Jorge é potência, um filme que precisa ser visto, quem sabe não veríamos mais malucos pedindo a volta da ditadura, a ditadura é a total falta de direitos, é censura, é morte.
Muitos lutaram contra a ditadura, inclusive do exílio, mas outros, como Carlos Marighella, acreditavam que o caminho era olho por olho, dente por dente, ou seja, a luta armada.
Na atual situação do país, com o fascismo no poder, acho que esse não é o melhor caminho, porque hoje todos tem acesso a informação, o principal trunfo da ditadura era manipular a imprensa, para que os absurdos promovidos pelo governo, não chegassem a população.
Marighella é sim um herói nacional, assim como Zumbi dos Palmares é um herói da luta contra a escravatura, mas não estão nos livros de história.
O Brasil é um país desigual e cheio de gente racista, machista, homofóbica e o Governo Bolsonaro trouxe essa gente a tona, deu voz e estamos vendo o buraco que nos colocaram.
Então pra mim, a ditadura de 64 à 85 é diferente do que temos hoje, porque na atualidade a informação chega, só vive iludido com fake news, quem quer. O Bolsonaro nunca escondeu quem ele era, então votou nele quem se identifica.
Se não fosse pessoas como Marighella, paralelo com outras lutas e o Brasil não teria derrubado a ditadura e imposto a democracia, por isso é importante valorizar e lutar para manter nossa democracia.
O filme mostra esse lado de quem escolheu a luta armada, tendo Marighella como líder, mostra como agia a polícia, o governo e as diversas atrocidades promovidas.
O filme não faz de Marighella um santo, ele não era, mas mostra a importância da sua luta. É um filme pesado, violento, mas necessário.
Uma pena o Mano Brown não ter vivido Marighella, ele não conciliou a agenda com os Racionais e acabou deixando o papel para o Seu Jorge, que sempre foi um grande ator, quem não lembra sua magnífica atuação em Cidade de Deus, nunca saberemos como teria sido o Marighella com o Brown.
Enfim, assista o filme, é um direito de todo brasileiro, conhecer melhor a história do Brasil, mesmo a época mais sombria, para que o fascismo seja vencido e nunca mais precisarmos viver num regime de ditadura.
Quanto a Wagner Moura, além de monstro como ator, estréia como diretor com um 10, mostrando que vem muito mais dai.
Bruno Gagliasso, que vive o vilão a serviço da ditadura, também tem uma atuação de destaque, entre outros como Bella Camero.
Um filme sensacional.
Alessandro Buzo
escritor e cineasta
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